O texto de início, que a princípio faria uma observância criacionística, teve seu escopo um pouco alterado em decorrência a emoção de poder escrever em um espaço que, com certeza, trará novas perspectivas para o movimento menosqüente, mais ainda, trará novas perspectivas para todos que puderem acessar esse conteúdo.
Fazendo uma retomada na análise primeira, gostaríamos de explicar como esse movimento surgiu e como foi a sua desenvolvância grafística.
Primeiramente, não se trata apenas de um movimento que busca diferenciar-se por sua forma de comunicar. A desenvoltância lingüística surgiu justamente por conta da necessidade de se expressar conforme os preceitos filosóficos estabelecidos no cerne de sua fundação. Muito mais que um capricho estilístico, a forma peculiar com que seus integrantes se comunicam ultrapassa a barreira meramente formal, trata-se de algo extremamente profundo, que abarca as mais intensas sensações, dando a possibilidade de exprimir a esperança futurística.
O termo menosqüencia tem sua origem identificada na periferia paulistana. A expressão, comum entre os jovens de “vila”[i], foi utilizada pela primeira vez fora de seu habitual reduto, por dois jovens oriundos de outras periferias mundiais. Esses dois jovens são reconhecidamente os precursores desse movimento filosófico. (Por conta de alguns dos integrantes do movimento menosqüente estarem sofrendo perseguições de algumas entidades conservadoras, inclusive com ameaças de morte, preservaremos os nomes de todos que fazem parte dessa história de luta e abnegação).
Ambos os jovens são de origem extremamente humilde e etnicamente não compreendidos. Um nasceu em El Alto, cidade próxima a La Paz na Bolívia, o outro em San Pedro del Ycuamandiyú, no Paraguai. Por conta de seus pais serem de Uchinā[ii] e suas mães do nordeste brasileiro e por muitos confundirem um com o outro, cogitou-se que poderiam ser irmãos. (Obviamente, os promotores desse blog sabem sobre a naturância paternística dos jovens, mas como salientado anteriormente deixaremos preservadas informações de cunho pessoal).
Os dois jovens se conheceram em 2003 na Palestina. Por conta de sonhos em comum rumaram para o Oriente Médio em busca de conhecimento acadêmico, histórico e artístico. Em pouco tempo, estabelecidos na Faixa de Gaza, resolveram, por questões financeiras, morar em um abrigo para estrangeiros. Em Gaza, tiveram o prazer de conhecer outros jovens também em situação adversa e de culturas variadas que contribuíram muito para o aprendizado e ampliação da filosofia menosqüente. O contato com jovens também culturalmente reprimidos possibilitou o aperfeiçoamento da, até então, cultura periférica.
É óbvio que o contato desses dois adolescentes com outras culturas fortaleceu o senso de pertencimento de ambos. A outrora renegada ascendência uchinaguchi, tornou-se motivo de orgulho, suas características físicas deixaram de ser motivo de zombaria, pelo contrário, ao se depararem com outros de características peculiares perceberam que aquele seria o momento decisivo para alterar o curso dos preconceitos da humanidade.
Foi também, nesse mesmo abrigo para estrangeiros em Gaza, que o relacionamento com jornalistas que cobriam o conflito israelo-palestino iniciou. O convívio com esses comunicadores possibilitou que as ideias, antes dificilmente difundidas, fossem levadas para uma quantidade de pessoas jamais imaginada.
É sob essa vivência que vão se consolidando os ideais e os principais fundamentos para a construção do menosqüência lifestyle. É claro que isso é apenas parte do início da estruturância dessa filosofia. Salientamos que algumas contribuições ao longo da solidificância processísitica da menosqüência foram decisivas para a estrutura que observamos nos dias de hoje. Todavia, esses passos deverão ser dados com certa parcimônia, uma vez que corroboramos com a ideia de que, mesmo sendo um movimento revolucionário, tais pensamentos devem ser absorvidos aos poucos já que, infelizmente, não temos recursos suficientes para confrontar as forças reacionárias desse mundo, dificultando a aceitação da mídia tradicional e nossa penetrância mundística. Ainda.